Descubra como anunciar na Netflix Ads com segmentação, formatos criativos e exemplos reais para empresas brasileiras.
O artigo mostra passo a passo como qualquer empresa pode anunciar na Netflix Ads. Apresenta os formatos de anúncios disponíveis (vídeo, QR code, binge ads, eventos ao vivo), as formas de compra (programática via Microsoft e direta), segmentações por perfil e região, exemplos reais de campanhas e valores estimados. O conteúdo é objetivo, prático e voltado à tomada de decisão.
Quanto custa anunciar na Netflix no Brasil
A Netflix lançou em 2022 o plano “Básico com Anúncios”, marcando sua entrada no mercado publicitário. Esse plano de assinatura com valor mais baixo (no Brasil, R$ 18,90 por mês) exibe anúncios de vídeo de forma similar à TV, com cerca de 4 a 5 minutos de publicidade por hora de conteúdo.
Os anúncios são veiculados em alto padrão de qualidade (HD) e não podem ser pulados pelo usuário. A Netflix firmou parceria com a Microsoft (Xandr) como fornecedora exclusiva de tecnologia e vendas no lançamento, integrando a compra de anúncios via a plataforma da Microsoft Advertising.
Em novembro de 2023, o serviço com anúncios já contava com 15 milhões de usuários ativos mensais globalmente, e em 2024 esse número cresceu para 40 milhões – indicando rápida adoção e ampliando o alcance potencial para anunciantes.
Quais os formatos disponíveis para anúncios na Netflix
Se você está avaliando como anunciar na Netflix Ads, a plataforma oferece diversos formatos de publicidade para atender a objetivos de marketing variados. Os principais formatos incluem:
Anúncios de Vídeo (Pre-Roll e Mid-Roll)
São comerciais de vídeo inseridos antes e durante séries e filmes. No lançamento, a Netflix suportava vídeos de 15 ou 30 segundos; atualmente já aceita também peças de 10, 20 e 60 segundos, oferecendo flexibilidade de duração.
Em séries (originais ou licenciadas), há inserções no início e em pausas no meio do episódio, enquanto em filmes a publicidade (inicialmente) aparece apenas antes do início, principalmente em títulos originais. Os anúncios não são clicáveis (dado o foco em TVs e consoles), então campanhas costumam incluir calls-to-action claros na mensagem ou uso de elementos como QR codes para engajar o espectador.
A frequência de exibição de uma mesma marca é limitada para não saturar o público – por exemplo, no lançamento adotou-se no Brasil um capping de no máximo 1 impressão por hora por usuário por marca (e 3 por dia), garantindo tanto alcance quanto controle de repetição.
Formato “Binge Ad”
Previsto para ser disponibilizado globalmente em 2024, o Binge Ad é um formato inovador pensado para maratonas (binge-watching). Ele recompensa os assinantes: após assistir a 3 episódios consecutivos com anúncios, o usuário poderá ver o 4º episódio sem interrupções publicitárias.
Esse formato busca melhorar a experiência do usuário em longas sessões, ao mesmo tempo em que incentiva a continuidade da audiência – beneficiando marcas associadas a uma experiência positiva (o “episódio gratuito” patrocinado por anunciantes).
Patrocínios de Conteúdo (Sponsorships)
A Netflix passou a oferecer patrocínio de títulos e eventos especiais, aproximando marcas de conteúdos de grande apelo. Nesse modelo, uma marca pode associar-se diretamente a uma produção ou evento, obtendo presença destacada e exclusiva.
Por exemplo, a marca de snacks Smartfood (Frito-Lay) patrocinou a temporada mais recente do reality “Casamento às Cegas” (Love is Blind) nos EUA. Da mesma forma, a Netflix anunciou parcerias de patrocínio para o novo reality show Round 6: O Desafio (baseado em Squid Game) e para a temporada final da série The Crown.
Esses patrocínios costumam incluir inserções especiais como mensagens “apresentado por [Marca]”, integração de branding nos materiais de divulgação e possivelmente ausência de outros anunciantes naquele conteúdo, garantindo exclusividade.
Eventos ao Vivo e Momentos Culturais
Com a expansão para transmissões ao vivo, a Netflix criou oportunidades de anúncios em eventos especiais. Em novembro de 2023 ocorreu a Netflix Cup, evento esportivo ao vivo de golfe que teve patrocínio principal da operadora T-Mobile e da marca Nespresso.
Outro exemplo é a exibição de lutas de boxe: a Netflix programou para 2024 um evento ao vivo de boxe entre Jake Paul vs. Mike Tyson, tendo a marca de bebidas energéticas Celsius como patrocinadora principal, com direito a product placement (branding no ringue e chamadas durante a transmissão).
Além de eventos únicos, a Netflix criou “patrocínios de momentos culturais”, em que marcas podem se associar a datas comemorativas ou temporadas temáticas. A partir de 2024, anunciantes podem patrocinar, por exemplo, coleções de filmes de Natal ou Halloween, ou especiais de Black Friday, conectando-se a períodos de alta relevância para o comércio.
Nessas ações, a plataforma agrupa conteúdos relacionados ao tema e integra a marca patrocinadora em destaque nesses contextos (por exemplo, sendo vista em todos os filmes de Natal selecionados).
Recursos Interativos (QR Codes e Outros)
Embora os anúncios na Netflix não permitam clique direto, a plataforma explora formas interativas de engajamento. A inclusão de QR Codes na tela durante os vídeos publicitários passou a ser permitida (inicialmente nos EUA, com expansão global planejada).
Assim, o espectador pode escanear o código com o celular para acessar um site ou promoção do anunciante, conectando a experiência da TV com uma ação online.
Além disso, a Netflix mantém a experiência do anúncio integrada ao conteúdo – por exemplo, garantindo transições suaves (os breaks ocorrem em momentos apropriados, sem cortar cenas) e estudando formatos como anúncios em tela de pausa (pause ads) e integrações criativas que não interrompam a narrativa.
Todas essas inovações refletem a busca por formatos menos intrusivos e mais alinhados ao comportamento do usuário no streaming.
Preciso de agência para anunciar na Netflix?
Os anúncios na Netflix podem ser adquiridos por diferentes canais, oferecendo flexibilidade aos anunciantes:
Compra Programática via Microsoft Advertising (Xandr)
No modelo atual, a maior parte do inventário da Netflix é comercializada de forma programática através da plataforma da Microsoft (que integrou a tecnologia da Xandr).
Anunciantes e agências podem usar as ferramentas do Microsoft Advertising para planejar e comprar campanhas de CTV (TV Conectada), direcionando anúncios ao público da Netflix. Essa parceria exclusiva vigorou no lançamento e trouxe a vantagem de integrar a Netflix a um ecossistema já estabelecido de compra de mídia digital.
Na prática, as campanhas são negociadas em CPM (custo por mil impressões) e entregues dentro do ambiente Netflix, usando os dados de segmentação disponíveis (ver seção de segmentação abaixo).
No Brasil, a negociação programática pode ser feita via representantes da Microsoft ou parceiros oficiais. No início, a Netflix focou em acordos com grandes agências – tanto que, em 2022, convidou agências a manifestarem interesse e fechou contratos de ~11 meses com anunciantes, sem impor um valor mínimo mas com um teto de até R$ 20 milhões por campanha anual.
Hoje, com a operação mais consolidada, anunciantes de diversos portes podem acessar o inventário via parceiros, sem a necessidade de investimentos milionários, embora campanhas substanciais naturalmente alcancem maior impacto.
Negociação Direta com Equipe Netflix
A Netflix estruturou no Brasil uma equipe comercial própria dedicada ao relacionamento com o mercado publicitário. Em 2024, foi realizado o primeiro evento local (chamado Behind The Streams) para apresentar oportunidades a agências e marcas.
A equipe de Ads Sales da Netflix Brasil (liderada por executivos como André Ferraz) está apta a construir projetos customizados com anunciantes, indo além do inventário básico. Isso inclui projetos 360º com anúncios no streaming, ações de experiências e conteúdo de marca, produtos licenciados e outras ativações integradas.
Assim, anunciantes com interesse em patrocínios especiais ou ações sob medida podem negociar diretamente com a Netflix para desenvolver campanhas exclusivas. Vale notar que, mesmo nesses casos, a entrega de anúncios na plataforma em si utiliza a infraestrutura tecnológica da Microsoft/Xandr.
Expansão para Outros DSPs
Reconhecendo a importância de facilitar o acesso programático, a Netflix anunciou que em 2024 passaria a integrar outros parceiros de compra de mídia. Nos “próximos meses” (a partir do anúncio no primeiro semestre de 2024), plataformas DSP como The Trade Desk, Google Display & Video 360 (DV360) e o Magnite se juntarão à Microsoft como canais autorizados para compra de anúncios na Netflix.
Essa expansão significa que agências que usam esses sistemas poderão incluir a Netflix em seus planos de mídia de forma mais direta, possivelmente via PMPs (Private Marketplaces) ou acordos programáticos garantidos.
Isso aumenta a facilidade de comprar anúncios na Netflix de maneira integrada a campanhas digitais mais amplas. Em paralelo, a Netflix também revelou estar desenvolvendo uma plataforma própria de tecnologia de publicidade, prevista para até o final de 2025, visando oferecer aos anunciantes ferramentas dedicadas, mais insights e mensuração aprimorada dentro do seu ecossistema.
Até lá, os parceiros programáticos e a venda direta continuarão sendo as vias de acesso.
Posso anunciar regionalmente na Netflix Ads?
Mesmo sem contar com dados de busca ou redes sociais, a Netflix utiliza seu conhecimento da audiência e parcerias de dados para oferecer opções de segmentação relevantes. As principais formas de direcionar as campanhas na plataforma incluem:
Geográfica (Localização)
É possível segmentar os anúncios por país (a Netflix Basic with Ads opera em 12 países, incluindo Brasil) e, dentro de alguns mercados, por regiões mais específicas. Nos EUA, por exemplo, há suporte a segmentação por CEP (zip code).
No Brasil, é possível direcionar por região, estado ou cidade, desde que a localidade tenha um volume mínimo de usuários para garantir escala (áreas com pelo menos ~10 mil usuários ativos mensais, segundo diretrizes de parceiros).
Essa segmentação geográfica permite focar campanhas em determinados mercados (por exemplo, apenas capitais, ou determinadas regiões do país) conforme o público-alvo do anunciante.
Demográfica (Faixa Etária e Gênero)
A plataforma oferece opções limitadas de demografia, mas anúncios podem ser direcionados por faixa etária geral e possivelmente por gênero (masculino/feminino).
Por questões de privacidade, a Netflix não coleta muitos dados pessoais dos perfis, porém utiliza informações agregadas e estimativas para permitir que campanhas foquem, por exemplo, em adultos jovens (18-34) ou outras faixas, de acordo com a necessidade do anunciante.
Vale notar que cerca de 70% dos assinantes do plano com anúncios estão na faixa de 18-49 anos, o que por si só já representa um público desejável para muitas marcas. Ainda que não tão granular quanto em redes sociais, essa segmentação básica ajuda a ajustar o tom da comunicação ao público pretendido.
Contextual por Conteúdo (Gênero e Top 10)
Uma das formas mais poderosas de segmentar na Netflix é pelo contexto do conteúdo consumido, que reflete interesses do usuário.
Anunciantes podem escolher categorias de gênero de programa/filme – por exemplo: drama, comédia, ação, romance, suspense/terror, ficção científica/fantasia, ou unscripted (realities e documentários) – para que seus anúncios sejam exibidos junto a títulos daquele gênero.
Alternativamente, pode-se optar por aparecer nos conteúdos mais populares: a Netflix permite segmentar para veicular anúncios dentro dos “Top 10” títulos em alta no momento.
Como a lista Top 10 é atualizada semanalmente por país, essa opção garante exposição em programas de grande audiência e relevância atual (embora com um custo adicional, dado o status premium – historicamente foi reportado um acréscimo de ~40% no CPM para anúncios direcionados ao Top 10, dada a concorrência por esse espaço.
A segmentação contextual é muito útil para alinhar a mensagem da marca ao conteúdo que o público está assistindo – por exemplo, um anunciante de esportes pode preferir aparecer durante documentários esportivos ou séries de ação.
Momentos Especiais (Primeira Impressão do Dia)
Além de gênero e popularidade, a Netflix oferece a opção de comprar First Impression – ou seja, garantir que o primeiro anúncio visto pelo usuário no dia (na primeira vez que ele der play em algo) seja da sua marca. Esse espaço costuma ter alto impacto, já que captura a atenção do espectador logo no início da sessão diária de streaming.
Campanhas com essa segmentação garantem prioridade de exibição, diferenciando-se no meio de tantos anunciantes. Outra segmentação temporal/contextual anunciada envolve datas comemorativas: como mencionado, a Netflix está conectando anunciantes a coleções de conteúdo de feriados ou eventos comerciais (Black Friday, Natal, etc.).
Nesses pacotes, a segmentação foca em usuários engajados com determinados temas sazonais, alinhando a publicidade ao timing cultural.
Exclusão de Categorias Sensíveis
Para garantir brand safety, os anunciantes podem optar por excluir suas inserções de conteúdo que não alinhe com os valores da marca.
A Netflix permite bloquear aparição de anúncios próximos de programas com violência gráfica, nudez ou conteúdo sexual explícito e outros tópicos sensíveis. Dessa forma, uma marca infantil, por exemplo, pode evitar que seu comercial passe em um thriller adulto. Esse filtro protege a imagem do anunciante e dá mais segurança em campanhas.
Cabe destacar que a Netflix tem explorado até possibilidades de segmentação por perfil de consumo e renda – rumores indicavam estudos para segmentar por renda ou hábitos de compra, combinando dados de terceiros.
Em 2024, a empresa fechou parcerias com diversas empresas de mensuração e dados (Nielsen, Kantar, etc.), o que no futuro pode habilitar segmentos mais avançados ou medições de resultado por audiência. No entanto, até o momento, as segmentações fundamentais disponíveis são as listadas acima: geográficas, demográficas amplas e contextuais por conteúdo.
Combinando esses critérios, é possível direcionar, por exemplo, “mulheres 25-54 do Sudeste que assistem a séries de comédia”, criando um foco bastante estratégico dentro do vasto público da Netflix.
Investimento Mínimo e Modelo de Precificação
A compra de mídia na Netflix é feita majoritariamente com base em CPM (Custo Por Mil impressões), conforme prática padrão de anúncios de vídeo online. Ou seja, os anunciantes pagam um valor fixo a cada 1.000 visualizações do seu comercial. Não há cobrança por clique (CPC), já que os anúncios não direcionam cliques internos, e também não há skip ads. Assim, o modelo CPM garante entrega completa das impressões contratadas.
Valores de CPM
No lançamento, a Netflix posicionou-se como mídia premium, chegando a solicitar preços em torno de US$ 50–65 por CPM no mercado dos EUA – bem acima do praticado em TV conectada na época. Esse patamar inicial refletia a exclusividade e novidade do inventário (e houve marcas dispostas a pagar para serem pioneiras, evitando ficar de fora.
Contudo, conforme a base de usuários cresceu e a oferta de anúncios ampliou, os preços foram se ajustando. Em menos de dois anos, a Netflix reduziu seus valores significativamente.
Atualmente, CPMs na faixa de US$ 20 a US$ 30 têm sido reportados em mercados como os EUA. Por exemplo, cerca de US$ 20 para um vídeo de 15 segundos e US$ 25 para 30 segundos – aproximando o custo da Netflix ao de concorrentes como Amazon Prime Video (AVOD) e Hulu. Esse movimento visa atrair mais anunciantes, inclusive de médio porte, tornando a plataforma competitiva também em termos de preço.
Nota: os valores exatos no Brasil não são divulgados publicamente, pois dependem de negociação e demanda; mas espera-se que os CPMs locais guardem proporção com o mercado global (podendo ficar na casa de dezenas de reais por mil impressões, dado o perfil qualificado da audiência). A compra via leilão programático também pode fazer os preços variarem conforme targeting escolhido e período.
Investimento mínimo
Oficialmente, a Netflix não impõe um investimento mínimo fixo para anunciar – no lançamento ficou claro que não haveria fee mínimo, embora tenham sido estabelecidos contratos de longa duração com grandes investidores.
Na prática inicial, chegou-se a comentar em pacotes de até R$ 20 milhões para presença anual completa, mas também houve anunciantes testando com valores menores. Com a abertura programática, é possível rodar campanhas em volumes mais flexíveis (por exemplo, algumas centenas de milhares de reais, dependendo do alcance desejado).
Um caso concreto: a empresa brasileira Docile, do ramo de confeitos, investiu cerca de R$ 10 milhões em 2023 numa campanha multicanal que incluiu anúncios na Netflix e em outra plataforma de streaming – tornando-se uma das primeiras marcas nacionais a aproveitar o novo formato. Ou seja, já em 2023 era viável para empresas com budget na casa de milhões de reais.
Espera-se que com a ampliação do acesso via DSPs e aumento de inventário, campanhas menores também possam ser implementadas, especialmente via programático (onde o anunciante poderia determinar seu teto de gasto conforme sua estratégia).
Em resumo, não há um “price tag” mínimo oficial, mas para extrair resultados na Netflix, recomenda-se um investimento compatível com o CPM premium e o público amplo – o que tipicamente significa direcionar uma parcela significativa do orçamento de vídeo/TV para testes na plataforma.
Modelos de compra
Além do CPM padrão, a Netflix oferece patrocínios com preço fixo ou negociado caso a caso para projetos especiais. Por exemplo, patrocinar um reality show de destaque ou um evento ao vivo envolve um acordo comercial específico (geralmente de alto valor fixo + entrega garantida de cotas de impressão).
Esses acordos funcionam mais como cotas de patrocínio de TV tradicional do que como mídia programática – incluindo entregas de branding exclusivas, promoção cruzada e outras contrapartidas. Para a maioria dos anunciantes, porém, o modelo será CPM em inserções normais durante o streaming.
Importante mencionar que a Netflix tem trabalhado para oferecer medição independente e comprovação de resultados: firmou parcerias com empresas como Nielsen, DoubleVerify, Integral Ad Science, entre outras, para fornecer métricas de alcance, visibilidade e segurança de marca equivalentes aos padrões do mercado.
Com isso, anunciantes conseguem avaliar o CPM efetivo e performance de suas campanhas Netflix comparativamente a outras mídias, facilitando a inclusão da plataforma nos planos de mídia de maneira justificada.
Exemplos Reais de Campanhas e Marcas na Netflix
Figura 1: O plano com anúncios da Netflix abriu oportunidades para marcas alcançarem consumidores em um ambiente de streaming premium (Imagem ilustrativa).
Diversas marcas – nacionais e globais – já começaram a explorar a publicidade na Netflix. A seguir, alguns exemplos reais que ilustram formatos e estratégias empregadas:
Docile (doces)
“Doces Gentilezas”: Conforme mencionado, a Docile, tradicional fabricante de balas e guloseimas, foi uma das pioneiras no Brasil. Em 2023, dentro de sua campanha institucional Doces Gentilezas, a marca veiculou anúncios de 15 segundos na Netflix, estrelando a skatista Rayssa Leal (medalhista olímpica).
A campanha, que teve investimento aproximado de R$ 10 milhões somando todos os canais, buscou “estar presente onde nosso público está” – apostando no streaming para atingir um público jovem e conectado.
Com tom divertido e positivo, os anúncios integravam cenas curtas mostrando Rayssa e amigos curtindo os doces, alinhado ao conteúdo leve da Netflix. Esse case mostra que anunciantes brasileiros inovadores já aproveitam a plataforma para branding.
L’Oréal Paris + Emily em Paris
A gigante de cosméticos L’Oréal realizou uma ação de branding integrada com a série Emily em Paris. A marca veiculou anúncios do seu produto Óleo Extraordinário (L’Oréal Elseve) diretamente associados à temática da série – inclusive com criativos inspirados no “universo Paris” de Emily.
A Figura 2 abaixo ilustra a campanha, que chegou a envolver formatos diferenciados como anúncios na tela de pausa da série (quando o usuário pausava o episódio, via um destaque do produto L’Oréal junto à imagem da personagem) – uma forma sutil de inserir a marca no contexto sem interromper a narrativa.
Essa parceria, exibida no evento Behind The Streams, exemplificou o potencial de sinergia entre conteúdo e publicidade que a Netflix começa a explorar, especialmente com marcas de lifestyle que combinam com determinadas séries.
Figura 2: Exemplo de parceria de conteúdo – Anúncio do Óleo Extraordinário L’Oréal Paris integrado à série Emily em Paris. A marca aproveitou a temática da série (moda/Paris) para promover seu produto de forma contextualizada (Fonte: Divulgação Netflix).
Smartfood e “Casamento às Cegas”
Nos EUA, a fabricante de snacks Smartfood (pipoca para micro-ondas, da PepsiCo) fechou patrocínio de título com a Netflix. Durante a última temporada do reality Casamento às Cegas, os episódios traziam a mensagem de patrocínio da Smartfood, e possivelmente conteúdos extras com a marca.
Esse foi um dos primeiros acordos de sponsorship pós-lançamento do plano com anúncios, demonstrando como marcas de consumo podem se atar diretamente a conteúdos de grande engajamento.
A presença exclusiva da Smartfood no reality permitiu associação de marca a momentos-chave (por exemplo, talvez exibindo uma vinheta “este episódio é patrocinado por…” antes do início do streaming). Em breve, veremos iniciativas similares em realities de apelo global (Round 6 – O Desafio) e em séries renomadas (The Crown) conforme a Netflix amplia essas oportunidades.
T-Mobile e Nespresso – Netflix Cup
No evento ao vivo Netflix Cup (um torneio de golfe exibido em 14/nov/2023, unindo astros de séries de automobilismo e golfistas profissionais), as marcas T-Mobile (telecom) e Nespresso (café) foram patrocinadoras masters.
Elas tiveram inserções durante a transmissão, provavelmente incluindo comerciais tradicionais nos intervalos do evento e exposição de marca integrada (placas no campo, apresentação pelos comentaristas, etc.).
Esse evento, sendo um experimento de live sports entertainment, mostrou a viabilidade de trazer anunciantes que já investem pesado em esportes na TV tradicional para dentro do streaming.
As marcas obtiveram destaque equivalente a de patrocinadores de TV em um conteúdo Netflix, beneficiando-se da novidade e da cobertura de imprensa sobre a iniciativa.
Celsius – Luta de Boxe
A Netflix anunciou para julho de 2024 uma transmissão especial de boxe entre celebridades (Jake Paul vs. lenda Mike Tyson), com patrocínio principal da bebida energética Celsius.
A Celsius e demais patrocinadores terão branding no ringue, inserções de destaque e ativações durante a luta, similar ao que ocorre em PPVs esportivos tradicionais. Trata-se de outro exemplo de evento ao vivo patrocinado, indicando que a Netflix está disposta a competir por verbas publicitárias de eventos esportivos e criar experiências para fãs dentro da plataforma.
Esse tipo de campanha é especialmente atraente para empreendedores e marcas B2B que queiram atingir nichos específicos (por exemplo, um empreendedor poderia patrocinar um documentário de nicho ou um evento segmentado se houver oportunidade).
Em todos esses casos, observa-se que a Netflix está entregando formatos que vão além do comercial de 30 segundos padrão, permitindo às marcas contarem histórias e se associarem ao conteúdo de formas únicas.
Para um anunciante cujo público são empreendedores em todo o Brasil, esses exemplos mostram possibilidades desde o alcance massivo por inserções tradicionais (como fez a Docile) até posicionamentos estratégicos em conteúdos relacionados a negócios ou inovação (imagine patrocinar uma série/documentário sobre startups, caso disponível).
Importante é que, com os dados e informações atualizadas sobre os formatos, canais e segmentações (como detalhado neste relatório), o anunciante pode agora avaliar como a Netflix pode integrar-se ao seu plano de mídia.
Anunciar na Netflix representa hoje uma convergência entre a publicidade televisiva e a segmentação digital. No Brasil, as opções vão desde vídeos de curta duração inseridos em meio ao entretenimento de milhões de usuários, até patrocínios high-end que alinham a marca a produções culturais de destaque.
Os formatos disponíveis cobrem necessidades de alcance e frequência (com vídeos não puláveis e inventory em crescimento), enquanto as segmentações permitem um nível de direcionamento interessante (especialmente por gênero de conteúdo e localização).
Canais de compra bem estabelecidos via Microsoft e, em breve, outros parceiros DSP, tornam o acesso à mídia mais democrático e integrado a estratégias omnichannel.
Em termos de investimento, a Netflix tem se tornado mais acessível, com CPMs em queda aproximando-se dos padrões de mercado sem deixar de posicionar o inventário como premium – o que se justifica pelo engajamento do público (usuários do plano com anúncios assistem em média mais de 10 horas por mês, um consumo alto).
Para empreendedores e marcas focadas no público empresarial, a Netflix oferece tanto alcance nacional (atingindo públicos diversos que incluem profissionais liberais e donos de negócio em seu momento de lazer) quanto a capacidade de segmentar contextos (por exemplo, anúncios em séries de negócios ou tecnologia, se disponíveis, para falar diretamente a empreendedores).
Não há ainda formatos específicos B2B ou por setor profissional, então a estratégia seria se beneficiar do prestígio da plataforma e da criatividade nos formatos existentes para engajar esse público-alvo de forma contextual.
Em suma, anunciar na Netflix no Brasil envolve aproveitar todos os formatos disponíveis – vídeo tradicional, binge ads, patrocínios e interativos –, escolhendo os canais de compra adequados (programático ou direto) e aplicando as segmentações que melhor atinjam seus objetivos.
Com investimentos bem planejados e conteúdo publicitário de qualidade, as marcas podem se inserir nas maratonas e conversas culturais proporcionadas pela Netflix, colhendo resultados em imagem e alcance.
Este relatório compilou as informações atualizadas necessárias para embasar essa decisão, com exemplos reais e dados concretos, servindo como base para o anunciante avaliar o próximo passo rumo ao streaming.
A recomendação final é testar e aprender: iniciar com uma campanha piloto na Netflix pode fornecer insights valiosos sobre a recepção da marca nesse novo meio, pavimentando o caminho para iniciativas mais amplas no futuro.
📌 FAQ – Perguntas e respostas
1. Quais são os formatos de anúncio disponíveis na Netflix?
A Netflix oferece anúncios de vídeo (pré e mid-roll), patrocínios de conteúdo, anúncios interativos com QR code, eventos ao vivo patrocinados e o formato “Binge Ad”, que recompensa quem assiste vários episódios seguidos.
2. É possível anunciar em qualquer tipo de conteúdo da Netflix?
Não. Inicialmente, os anúncios aparecem em séries e filmes do plano “Básico com Anúncios”. Filmes originais só exibem anúncios antes de começar. É possível segmentar por gêneros e até aparecer nos conteúdos do “Top 10”.
3. Posso anunciar na Netflix mesmo sem ter um grande orçamento?
Sim. Apesar de não haver valor mínimo oficial, o investimento costuma ser relevante. Campanhas programáticas permitem mais flexibilidade. Algumas marcas começaram com orçamentos a partir de centenas de milhares de reais.
4. Como compro mídia na Netflix?
A compra pode ser feita:
- Programaticamente via Microsoft Advertising (Xandr)
- Diretamente com o time comercial da Netflix (para patrocínios ou ações exclusivas)
- Em breve: também via DV360, The Trade Desk e outros DSPs parceiros.
5. Quais são as opções de segmentação dos anúncios?
É possível segmentar por:
- Localização (região, estado ou cidade)
- Faixa etária e gênero
- Gênero de conteúdo (comédia, ação, reality, etc.)
- Momento (como o 1º anúncio do dia)
- Exclusão de conteúdos sensíveis (violência, nudez)
6. Qual o modelo de cobrança pelos anúncios?
A Netflix trabalha com CPM (Custo por Mil impressões). O valor varia de acordo com o formato, o público-alvo e a concorrência. Em patrocínios e ações especiais, os valores podem ser negociados como pacote fixo.
7. Existe algum tipo de interação nos anúncios?
Sim. Embora não haja cliques como em redes sociais, é possível usar QR codes na tela para levar o espectador a um site, promoção ou canal da marca via celular.
8. Empresas brasileiras já estão anunciando na Netflix?
Sim. A Docile (doces) foi uma das pioneiras, com campanha nacional estrelada por Rayssa Leal. Outras marcas como L’Oréal, Smartfood, T-Mobile e Celsius também já exploraram o formato em diferentes países.
9. Como funciona o patrocínio de conteúdos específicos?
Você pode associar sua marca a realities, séries ou eventos ao vivo da Netflix. Isso inclui exposição exclusiva, inserções especiais e branding em conteúdos selecionados (ex.: “apresentado por sua marca”).
10. Vale a pena anunciar na Netflix para atingir empreendedores?
Sim. A Netflix tem alta penetração no Brasil e permite segmentar por regiões, conteúdo e faixa etária. É uma oportunidade de alcançar empreendedores em seus momentos de lazer com uma mídia premium.
Fontes: Netflix/Microsoft Advertising; IstoÉ/Estadão; Meio&Mensagem; AdsPlay; Propmark; Adweek , entre outras.
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Referência para livros e trabalhos acadêmicos
RICHARDSON, Maikon. Como Anunciar na Netflix Ads: Formatos, Preços e Exemplos. Disponível em: https://maikon.biz/como-anunciar-na-netflix-ads. Acesso em: 27/03/2025*
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